Um
projeto de Lei, que foi aprovado esta semana, ganhou o apelido de “Lei da
Palmada”. Ela proíbe toda e qualquer agressão contra crianças – mesmo que seja
uma palmada dada pelo pai ou pela mãe.
Compreendo
e elogio o objetivo maior da Lei, que é frear a ação irracional de uma série de
adultos desequilibrados que perdem a cabeça e ganham força no braço, de forma
que a palmadinha vira surra! Porém entendo que a generalização que a Lei faz é
condenável. Colocar toda e qualquer palmada como crime confunde as coisas.
Dizer que um pai e uma mãe que dão uma palmadinha para chamar atenção da
criança são criminosos é exagero. Supor que muitos não sabem diferenciar
palmada de espancamento é desacreditar de tudo.
No
meu entender, o que realmente merecia um corretivo, quem realmente deveria
receber uma forte palmada não são as crianças, mas uma senhora já crescida
chamada “Impunidade”!
Lamento
o quanto nós nos detemos em criar novas leis, ao invés de punir as
transgressões. Já há leis que punem espancamentos e agressões a menores. Por
isso o problema não é a falta de leis, mas a falta de punição.
A
impunidade reina! O irônico é que a Lei da Palmada de uma ou de outra forma
acaba levando um pouco mais de impunidade para dentro de casa. Por outro lado a
Bíblia diz: “É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as
suas vontades são feitas, ela acaba fazendo a sua mãe passar vergonha” (Pv
29.15). E ainda: “Quem não castiga o filho não o ama. Quem ama o filho
castiga-o enquanto é tempo.” (Pv 13.24)
Sei
que para punir, não é preciso agredir. Aprovo a força do diálogo e conheço a
fraqueza da violência. Por isso não condeno o objetivo da Lei, porém destaco
que a solução está na educação das pessoas, a fim de que saibam se controlar,
medir, julgar, dialogar. A solução não está no texto da Lei. Pena que em nosso
país se gasta tanto com legisladores e tão pouco com os educadores.
O
Mestre Jesus estaria sempre pronto a desestimular toda e qualquer forma de
violência, especialmente contra crianças. Para combater toda maldade apregoou
uma única Lei, a Lei do Amor. Educar e cuidar com amor. Honrar e respeitar com
Amor. Por Amor ele sofreu sobre si, palmadas, bofetadas, chicotadas e inclusive
a crucificação.
Uma
palmada com Amor é mais nobre que a omissão daquele que nem se importa com a
verdadeira educação. Mas, o diálogo firme e amoroso é ainda mais valioso.
Pastor
Ismar L. Pinz
Comunidade
Luterana Cristo Redentor.
Pelotas,
RS
escrito
em 12/2011 – republicado em maio de 2014
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